Tal como a lã, o linho também nasce na Serra, cresce em belas maçarocas e é espadeado antes de passar pelo bater forte e compassado dos teares a tecer lençóis e toalhas de mesa que depois ainda são bordados com mais distinção e arte.
De imensa beleza e exemplo de originalidade no âmbito de
manufactura nacional, o Bordado de Castelo Branco apresenta
dois factores dominantes: um, de origem artística; outro, de
significado económico. O primeiro manifesta a existência de uma
arte própria, com estilo de feiçăo peculiar, o segundo admite a
concentração desta indústria de bordado na zona do Distrito de
Castelo Branco, onde naturalmente se terá fixado a arte pelo
facto de ser uma regiăo onde a cultura do linho era tradicional e
onde a amoreira se dava tăo bem, a ponto de permitir a criaçăo
em larga escala do bicho-da-seda. Os bordados surgem
essencialmente em toalhas de mesa e colchas de linho bordadas
com fio de seda natural, com desenhos de inspiração oriental.
Representaram durante séculos, a dignidade do enxoval de
qualquer noiva da região, quer fosse plebeia ou nobre. Alguns dos
elementos destes bordados são o lar e a Árvore da Vida, os
desposados, representados por pássaros juntos, os cravos e
rosas representando o homem e a mulher, respectivamente, os
lírios, a Virtude, corações para o Amor, gavinhas para a Amizade,
entre outros. A característica dos temas do bordado de Castelo
Branco espalham-se pelo urbanismo da cidade, quer nas
calçadas, como nos edifícios, tornando-se assim num dos
símbolos da cidade.
Mais informação: Câmara Municipal de Castelo Branco – Centro
de Interpretação do Bordado de Castelo Branco
Em Portugal a arte da renda de bilros tem especial expressão nas
zonas piscatórias do litoral. Dizia-se que “Onde há redes há
rendas e Peniche não foi excepção. Devido ao elevado nível em
arte e produção atingido por aqui, toda e qualquer renda de bilros
portuguesa passou a ser conhecida, simplesmente, por renda de
Peniche, pois em meados do século XIX, existiam na vila quase
mil rendilheiras e eram oito as oficinas particulares onde crianças
a partir dos quatro anos de idade se iniciavam na aventura desta
arte. Atualmente as rendas de bilros de Peniche podem ser
aprendidas e aperfeiçoadas na Escola Municipal de Rendas de
Bilros que acolhe de segunda a sexta-feira, jovens dos 6 aos 90
anos. Esta é uma renda feita pelo cruzamento sucessivo ou
entremeado de fios têxteis, executado sobre o pique e com a
ajuda de alfinetes e dos bilros. O pique é um cartão, normalmente
pintado da cor açafrão para facilitar a visão por parte da
rendilheira, onde se decalcou um desenho, feito por especialistas
que sempre com artísticos inovadores e formação de grande
qualidade.
Mais informação: Câmara Municipal de Peniche Associação
para Defesa e Promoção das Rendas de Bilros e Escola
Municipal de Rendas de Bilros de Peniche