Pejado de bons pastos, o Centro de Portugal é das regiões do país que reúne todas as condições para a produção de uma das mais saborosas tradições portuguesas, a produção de queijos de excelência, tanto de vaca como de ovelha ou cabra ou até de mistura. Em todos está bem evidente a qualidade da matéria-prima de que são feitos, bem como a sapiência dos antigos, passada de geração em geração.
Fresco, seco e curado o queijo fresco de cabra é produzido a partir de leite de cabra estreme, submetido a tratamento térmico e coagulado com coalho animal. Tem uma forma cilíndrica e um peso inferior a 150 g. O queijo seco é obtido a partir do queijo fresco não comercializado, procedendo-se à sua salga, por deposição de uma camada de sal à superfície do queijo, sendo depois sujeito a um processo de secagem à temperatura ambiente. Tem uma forma idêntica à já descrita para o queijo fresco e um peso de cerca de 100 g. O queijo curado é de pasta semidura a dura, tem forma cilíndrica e variam o peso e dimensões com que é comercializado, embora raramente ultrapasse 12 cm de diâmetro, 4 cm de altura e 1 kg de peso. O aspeto da crosta é variável, sendo normalmente as faces e os bordos planos ou ligeiramente irregulares e as arestas marcadas. A pasta é firme, fechada ou com pequenos olhos irregularmente distribuídos, e a sua cor branca ou ligeiramente amarelada. O sabor e o aroma são característicos, evitando-se que tenha um sabor acentuado a leite de cabra. Podem ser comidos como entrada, sobremesa ou até como refeição ligeira.
Particularidade: produzido com leite de cabra estreme.
Geografia: Região Centro, nomeadamente, Serras do Caramulo, Gralheira, Buçaco e Lousã
Queijo «prato» ou queijinho, de meia-cura, curado e conservado em azeite» O Queijo de Cabra do Pinhal Maior pode apresentar-se sob a forma de prato e de queijinhos. Os queijos «prato» têm forma cilíndrica baixa, o diâmetro varia entre 15 e 20 cm e a altura entre 3 e 5 cm. Este tipo de queijo tem um peso variável entre 400 e 600 g. A sua cor varia conforme o período de cura do queijo, entre branca a creme nos queijos semicurados e amarela nos mais curados. Também a textura da crosta é variável, sendo mais rugosa nos queijos com maior período de cura. Os queijinhos têm menores dimensões: um diâmetro de aproximadamente 6 cm, uma altura entre 3 e 5 cm e forma de cilindro. O seu peso não ultrapassa 150 g. Estes queijos podem ser semicurados, curados ou conservados em azeite, sendo estas últimas formas as que mais usualmente se encontram no mercado. As cores e texturas são semelhantes às dos queijos «prato». Os queijos de meia-cura têm uma pasta mole a semimole (vulgarmente conhecida por pasta amanteigada), sendo bastante aromáticos e de sabor acidulado. Já os queijos curados apresentam uma pasta semidura a dura, normalmente com pequenos olhos irregularmente distribuídos e não apresentando deformação da superfície ao corte. O queijo de «azeite» tem as mesmas dimensões dos queijinhos atrás descritos, a pasta é tipo semidura, sendo queijos maleáveis mas compactos, raramente olhados, de cor amarelo-escura a acastanhada e com aroma e sabor sui generis dado que aos cheiros e sabores dos queijos de cabra se junta o paladar fino e ligeiramente ácido do azeite. Podem ser comidos com o pão ou broa de milho e base da alimentação dos pastores nas serranias, estes queijos marcam presença obrigatória nas «tábuas de queijo» dos restaurantes da região, sendo consumi- dos no final do repasto. Hoje em dia é também vulgar a sua utilização como base de refeições ligeiras ou como entradas.
Particularidade: queijo produzido a partir de leite de cabra estreme e cru.
Queijo Rabaçal DOP
Referenciado por vários autores, entre os quais Eça de Queirós no seu livro – A Cidade e as Serras – : “cada queijo, um desses queijinhos redondos, como o Camembert ou o Rabaçal, pode vir a custar-te, a ti Jacinto queijeiro, entre duzentos e cinquenta e trezentos mil réis”. O Queijo Rabaçal DOP é um queijo curado de pasta semidura a dura, branco-mate, com poucos ou nenhuns olhos pequenos e irregulares disseminados na massa, produzido de forma artesanal a partir de uma mistura de leites de ovelha e cabra por ação do coalho de origem animal. Particularidade: muito do sabor distintivo deste queijo é devido a uma planta chamada “Santa Maria”. Trata-se de um tomilho espontâneo, abundante nesta área, e que é alimento das ovelhas e cabras, conferindo sabor ao leite usado para a produção do queijo.
Geografia: ocupando cerca de 850 km2, a área de produção do Queijo Rabaçal DOP situa se entre os distritos de Coimbra (concelho de Penela, parte dos concelhos de Condeixa a Nova e de Soure) e Leiria (concelho de Ansião, parte dos concelhos de Alvaiázere e de Pombal).
Mais informação: COPRORABAÇAL – Cooperativa de Produto- res do Queijo do Rabaçal, C.R.L
Queijo Serra da Estrela DOP “
É o mais antigo de todos os queijos portugueses, sendo reconhecido internacionalmente pelas suas características organolépticas.” O queijo Serra da Estrela DOP é obtido a partir de leite cru de ovelha, da raça Bordaleira da Serra da Estrela ou Churra Mondegueira. Trata-se de um queijo curado, que pode apresentar pasta semi-mole amanteigada e cor branca amarelada (Queijo Serra da Estrela) ou, pasta semi-dura a extra-dura de cor laranja acastanhada (Queijo Serra da Estrela Velho).
Particularidade: o leite utilizado é proveniente de ovelhas criadas na serra que lhe deu o nome, com acesso a pastagens espontâneas. As dimensões do Queijo Serra da Estrela DOP são de 9 a 20 cm de diâmetro e de 4 a 6 cm de altura. Possui um sabor e aroma suave, limpo e ligeiramente acidulado. No Queijo Serra da Estrela o diâmetro encontra-se entre os 11 e 20 cm e a altura entre os 3 a 6 cm. Tem aroma e sabor agradável, persistente, limpo, de forte a ligeiramente forte e levemente picante e salgado.
Geografia: a área de produção abrange os concelhos de Carregal do Sal, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Gouveia, Mangualde, Manteigas, Nelas, Oliveira do Hospital, Penalva do Castelo, Seia, Aguiar da Beira, Arganil, Covilhã, Guarda, Tábua, Tondela, Trancoso e Viseu, nos distritos de Viseu, Coimbra, Guarda e Castelo Branco.
Mais informação: ESTRELACOOP – Cooperativa dos Produto- res de Queijo Serra da Estrela, CRL
Queijo de Castelo Branco, Queijo Picante da Beira Baixa e Queijo Amarelo da Beira Baixa
Os Queijos da Beira Baixa DOP englobam os seguintes queijos: Queijo de Castelo Branco DOP – produzido a partir de leite crú de ovelha. Queijo curado, de pasta semidura ou semimole, apresentando uma tonalidade amarelada. Queijo Amarelo da Beira Baixa DOP – produzido com leite crú de ovelha ou de ovelha e cabra. Queijo curado, de pasta semidura ou semimole e tom amarelado. Queijo Picante da Beira Baixa DOP – produzido a partir de leite crú de ovelha e de cabra. Queijo curado, de pasta semidura a dura e cor branca acinzentada.
Particularidade: as características distintivas dos Queijos da Beira Baixa DOP devem-se particularmente ao facto dos rebanhos de ovelhas serem mantidos ao ar livre durante todo o ano e desta forma terem acesso a variadas pastagens, algumas das quais especificamente plantadas. Os Queijo de Castelo Branco, tem diâmetro de 12 a 16 cm e peso entre 800 a 1300 g. O sabor e o aroma são intensos e ligeiramente picantes no caso do “Queijo de Castelo Branco Velho”. Queijo Picante da Beira Baixa, possui entre 10 a 15 cm de diâmetro e peso entre 400 a 1000 g. O aroma é intenso e característico, enquanto que o sabor é acentuadamente picante.
O Queijo Amarelo da Beira Baixa, possui entre 7 a 10 cm de diâmetro e peso entre 200 a 500 g. O aroma é intenso e agradá- vel, enquanto que o sabor é limpo e ligeiramente acidificado.
Geografia: A área geográfica de produção dos Queijos da Beira Baixa DOP abrange os concelhos do distrito de Castelo Branco e parte do distrito de Santarém.
Mais informação: APQDCB – Associação dos Produtores de Queijo do Distrito de Castelo Branco
é resultante do fabrico dos Queijos da Beira Baixa (Queijo de Castelo Branco, Queijo Amarelo da Beira Baixa, Queijo Picante da Beira Baixa) DOP. Apresenta-se como um produto fresco, que não sofreu qualquer fermentação. O peso de cada unidade pode variar entre 150 e 400 gramas. A massa tem consistência macia, textura bem ligada e granulosa, fatiável ou untável, lisa ao corte e de cor branca. Apresenta sabor lático adocicado e bouquet agradável, fundindo-se a massa facilmente na boca.
Particularidade: a especificidade do produto e das suas características prende-se com a origem das matérias-primas e com o bem-fazer das populações, que usando técnicas e saberes empíricos herdadas dos antepassados têm sabido preservar o produto.
Geografia: a área geográfica de produção do Requeijão da Beira Baixa DOP abrange os concelhos do distrito de Castelo Branco e parte dos concelhos distrito de Santarém.
Mais informação: APQDCB – Associação dos Produtores de Queijo do Distrito de Castelo Branco
O Requeijão Serra da Estrela apresenta-se sob a forma de uma massa cremosa a ligeiramente granulosa, macia e uniforme, de cor branca, tomando a forma do recipiente que o contém (forma aproximada de um cilindro baixo irregular). O peso de cada unidade pode variar entre 150 a 400 gramas. Apresenta, ainda, uma textura bem ligada, uniformemente cremosa, lisa ao corte e de cor branca. O sabor e o aroma são agradáveis, fundindo-se na boca. Do requeijão Serra da Estrela é bem conhecida a sua apresentação tradicional, em pequenos cestos de palha, embrulhado em folhas de couve ou de amoreira. E se, em tempos idos, simples ou com sopas de pão de centeio, servia para enganar a fome de um rancho de filhos de famílias menos abastadas da região, hoje tem um notável valor económico para além do valor alimentar. Pode ser consumido simples, desfeito em leite ou café, misturado com mel, doce de abóbora com ou sem pedaços de noz, avelã ou amêndoa.
Particularidade: a arte da produção do requeijão Serra da Estrela DOP é considerada como património cultural da área geográfica de produção, sendo as suas características facilmente perceptíveis e reconhecidos pelos habitantes da respectiva área geográfica e pelos consumidores habituais. O Requeijão Serra da Estrela DOP é muito apreciado por ser um produto com elevada percentagem de proteínas e baixo teor de gordura.
Geografia: a área geográfica de produção do Requeijão Serra da Estrela DOP abrange os concelhos de Carregal do Sal, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Gouveia, Mangualde, Manteigas, Nelas, Oliveira do Hospital, Penalva do Castelo, Seia, Aguiar da Beira, Arganil, Covilhã, Guarda, Tábua, Tondela, Trancoso e Viseu, nos distritos de Viseu, Coimbra, Guarda e Castelo Branco.
Mais informação: ESTRELACOOP – Cooperativa dos Produto- res de Queijo Serra da Estrela, C.R.L
é o produto resultante do soro obtido do fabrico dos Queijos da Beira Baixa (Queijo de Castelo Branco, Queijo Amarelo da Beira Baixa, Queijo Picante da Beira Baixa) DOP. Apresenta-se como um produto fresco, que não sofreu qualquer fermentação com consistência macia mais ou menos pastosa, resultado da incorporação de algum rescaldão. A notoriedade do produto deve-se aos leites de ovelha e cabra destinados à produção dos Queijos da Beira Baixa, cuja qualidade se deve ao sistema de produção extensivo, em que a base da alimentação dos animais consiste na produção forrageira natural ou melhorada com espécies pascícolas adaptadas às características da região. Também as técnicas e os saberes próprios relativos às operações de fabrico permitem a obtenção de um produto diferenciado e designado pelo nome da região de origem.
Particularidade: a especificidade do produto e das suas características prende-se com a origem das matérias-primas e com o bem-fazer das populações, que usando técnicas e saberes empíricos herdadas dos antepassados têm sabido preservar o produto. A Travia da Beira Baixa DOP não tem forma própria. Dada a sua consistência mais ou menos pastosa, toma a forma do recipiente que a contém. Apresenta-se como uma massa de consistência macia, mal ligada, granulosa e de cor branca, de sabor lático adocicado e bouquet agradável, fundindo-se a massa facilmente na boca.
Geografia: a área geográfica de produção da Travia da Beira Baixa DOP abrange os concelhos do distrito de Castelo Branco e parte dos concelhos do distrito de Santarém.
Mais informação: APQDCB – Associação dos Produtores de Queijo do Distrito de Castelo Branco