PÃO, BROAS E FOLARES

PÃO, BROAS E FOLARES

O pão é, sem dúvida, um dos alimentos base da alimentação portuguesa. Existe em diversas formas ao longo do território nacional, não se limitando apenas a uma única variedade de cereal. O de centeio, por exemplo, é bem representativo do Centro de Portugal. Depois, há ainda os que derivam em broas e folares.

Broa de Milho da Beira Alta

Produto regional, típico da zona, cuja genuinidade pode ser confirmada pela forma, aparência pesada, crosta gretada, sabor e textura. A origem da sua produção não pode ser estabelecida com exatidão, pois faz parte da alimentação tradicional da população. Nesta região praticamente não se cultiva o trigo, sendo o milho o cereal por excelência usado na panificação. A Broa de Milho da Beira Alta é feita à base de farinha de milho amarelo com sal e fermento de padeiro. Apresenta-se em dois tamanhos: grande, com diâmetro de 12 a 15 cm e peso de 800 g, e outro pequeno, com diâmetro de 10 a 12 cm e peso de 400 g. De índole regional, deve ser consumida antes de decorridas 48 h após o seu fabrico.
Particularidade: pão de forma circular e convexa, com uma crosta de cor amarelo-torrada, relativamente estaladiça e bastante gretada. Apresenta um paladar ligeiramente adocicado e um aspeto interior seco, poroso, grosseiro e de cor amarela.


Bolo Folar da Guarda

Bolo feito à base de farinha de trigo e ovos. Tem como ingredientes farinha, ovos, fermento de padeiro, aguardente, azeite, ácido ascórbico, sal e água. É feito com 0,5 kg, 1 kg, 1,5 kg e 2 kg. Este bolo folar é outra variante da prenda geralmente oferecida pelos padrinhos aos seus afilhados na época da Páscoa, para além do Pão de Santoro. De índole regional deve ser consumido, em época festiva, sobretudo, Páscoa, antes de decorridas 48 h após o seu fabrico.
Particularidade: bolo que pode apresentar-se com três tamanhos diferentes e tem forma comprida e com dobra. Quando cortado às fatias, estas apresentam a forma de um coração imperfeito.
Geografia: concelho da Guarda.


Broa de Avanca

Com forte representatividade na alimentação local, este pão que toma o nome de broa, é feito com farinha de milho amarelo, farinha de mistura (centeio), fermento (isco), água (q.b.) e sal (q.b.). Depois de tudo amassado, seguindo a tradição, vai ao forno a cozer durante 4 a 5 horas. O seu peso é variável entre 1kg a 5 kg. Pode ser comprada nas pastelarias de Avanca, às sextas-feiras, sábados e domingos.
Particularidade: feita a partir de farinha de milho amarelo a Broa de Avanca torna-se muito consistente e compacta.
Geografia: Avanca, Concelho de Estarreja.


Broa de Vil Moinhos

Pão produzido com farinha de milho e de centeio do tipo integral, ligeiramente peneiradas na padaria e provenientes de moinhos e azenhas (com mós de pedra) da região. Este é um pão tradicional em todo o distrito de Viseu, mas feito, sobretudo, num local, dos arredores desta cidade, denominado atualmente Vil Moinhos e na Idade Média Villa de Molinis. Esta localidade foi sempre uma terra de moleiros, sendo ainda hoje lá moída a farinha com que as padeiras fabricam a broa, que depois levam para venda no mercado. As origens desta broa perdem-se na memória dos tempos. A comer deve acompanhar as refeições principais ou servir de merendas tradicionais acompanhando queijos, enchidos e vinhos da região.
Particularidade: Pão de farinha de milho (de elevada granulosidade) e de centeio, com côdea enfarinhada com farinha de centeio, com muitas rachas finas e miolo escuro e enqueijado.
Geografia: encontrasse em todo o distrito de Viseu mas é feito, sobretudo, na localidade de Vil Moinhos.


Folar de Vagos ou Folar de Ovos

Pão doce, de textura macia e sabor a limão e canela, feito com farinha de trigo, açúcar e ovos, fermento, sal, água, manteiga e canela e raspa de limão. Este produto tem uma ligação à paisagem natural por ser confecionando, sobretudo, com alguns ingredientes oriundos da agricultura local. Apresentam uma forma arredondada e por cima tem ovos, previamente cozidos com casca de cebola, e que são presos com tiras de massa cruzada. O produto de índole local pode ser encontrado nas pastelarias e padarias da região. Tradicionalmente, apenas consumido na época da Páscoa. Hoje em dia, é produzida em eventos culturais.

Particularidade: pão doce amassado 24 h antes da sua cozedura.
Geografia: concelho de Vagos.
Mais informação: Confraria Gastronómica As Sainhas de Vagos


Folar de Vouzela

Bolo de massa doce leveda, muito rico em ovos e gordura, obtida por mistura de manteiga e banha. Este bolo oferecido pelos afilhados aos padrinhos na Páscoa e aos quais eles retribuíam com outras prendas. No século XIX, e ainda no início do século XX, este bolo era apenas consumido pelas famílias mais abastadas e somente durante as festividades Pascais. Antecipadamente essas famílias encomendavam a elaboração dos folares às doceiras de Vouzela, fornecendo- -lhes as matérias-primas necessárias e pagando-lhes, posteriormente, a mão-de-obra. Deve comer-se como refeição intercalar em dia de festas regionais e é presença obrigatória na Páscoa, a acompanhar o chá oferecido às visitas familiares.
Particularidade: bolo levedo, de forma alongada, dobrado e sobreposto a meio, sobre açúcar que derrete e carameliza no forno.
Geografia: concelho de Vouzela


Pão da Celeste ou Pada

Pão de trigo, de textura rugosa, cor castanha clara, sabor e odor a farinha de trigo. Apresenta uma côdea característica de ser cozido em forno a lenha. É um pão caseiro confecionado por uma padeira que o comercializa, diariamente pela região. Este pão tem forte ligação à paisagem natural uma vez que o local onde é feito é bastante rico em azenhas de água, pelo que a farinha de milho e trigo, foi bastante comercializada na zona. Pode ser encontrado ao longo de todo o ano. Serve para acompanhar refeições ou como merenda.
Particularidade: para fazer este pão, tem de se “Dar abas”, ou seja, quando a massa está Lêveda, com as mãos molhadas dá-se-lhe volta para que perca o ar e voltar a levedar.
Geografia: concelho de Vagos, freguesia de Soza, lugar de Lavandeira, onde é comercializado pela padeira que o faz.
Mais informação: Confraria Gastronómica As Sainhas de Vagos


Pão de Centeio da Guarda

Pão de índole regional, associado a tradições locais, quer no saber fazer quer simbolicamente. É feito à base de farinha de centeio, com sal e fermento de padeiro. O seu aspeto interior é seco e poroso. Apresenta-se em três tamanhos: pequeno, com 10 a 12 cm de diâmetro e 400 g de peso; médio, com 13 a 15 cm de diâmetro e 800g de peso; e grande, com 16 a 18 cm de diâmetro e 1200 g de peso. Como alimento, sobretudo, de índole regional, deve ser consumido antes de decorridas 48 h após a sua feitura.
Particularidade: pão de forma circular e convexa, com uma crosta relativamente estaladiça e gretada. Apresenta-se exteriormente enfarinhado e com cor escura na parte interna.
Geografia: concelho da Guarda


Pão de Centeio do Sabugueiro

Pão tradicional da região de Sabugueiro, a aldeia que se situa a maior altitude em Portugal. Feito de acordo com o saber antigo e que tem sido preservado ao longo de gerações, embora com variações nas percentagens de farinhas de trigo e centeio, sendo esta última sempre superior a 60%. Na confeção deste pão entra farinha de trigo e de centeio, sal e fermento de padeiro. O seu aspeto interior é poroso e grosseiro. Tem cerca de 40 a 50 cm de diâmetro e pesa entre 1000 e 1500 g. Como alimento, sobretudo, de índole regional, deve ser consumido antes de decorridas 48 h após a sua confeção.
Particularidade: pão de forma circular e convexa, com uma côdea relativamente estaladiça e exteriormente enfarinhado. Apresenta cor branco-pérola escura.
Geografia: Sabugueiro


Pão de Cornos ou Pão de Azeite

Pão de textura rugosa, cor castanha clara, sabor e odor a azeite. É um pão caseiro, que era confecionado em ocasiões festivas, especialmente, para oferecer nos casamentos, às crianças, que iam, à igreja, atirar flores aos noivos. Este pão é produto em vias de extinção, pois só pessoas bastante idosas o sabem confecionar, à exceção de uma padeira, que se entregou, à tarefa de promover o seu renascimento. Este pão não tinha muita representatividade na alimentação local pois ficava cara a sua confeção. Só em situações especiais de festas ou comemorações familiares se procedia à sua feitura. Hoje, já está a ser comercializado, e tem vindo a dar-se a conhecer, através de uma Confraria, em eventos culturais, sendo bastante apreciado. É comercializado por uma padeira do lugar de Lavandeira, freguesia de Soza, ao longo de todo o ano.
Particularidade: pão de trigo feito em forno de lenha e barrado com azeite, em forma de meia-lua.
Geografia: concelho de Vagos, freguesia de Soza, lugar de Lavandeira.
Mais informação: Confraria Gastronómica As Sainhas de Vagos


Pão de Escalhão

Produto regional, típico da zona, feito à base de farinha de trigo e de centeio, com sal e fermento de padeiro. O seu aspeto interior é seco e poroso. Tem cerca de 40 a 50 cm de diâmetro e 1 kg de peso. Como alimento, sobretudo, de índole regional, pois deve ser consumido antes de decorridas 48 h após a sua confeção.
Particularidade: pão de forma circular e convexa com uma côdea relativamente estaladiça e gretada. Apresenta cor branco-pérola na parte interna e cor castanho-clara na parte externa.
Geografia: concelho de Figueira de Castelo Rodrigo


Pão de trigo em Padas

Pão feito a partir de uma massa amassada à mão, lenta e demoradamente, como faziam as padeiras de várias localida- des do distrito de Aveiro, nomeadamente, da região de Ílhavo. O pão é obtido de uma massa muito macia. Apresenta-se em três variantes: «branca» quando se usa farinha de tipo 55, «corrente» quando se usa farinha de tipo 65 e «escura» quando se usa farinha de tipo 80. A côdea é enfarinhada, própria de massa muito mole e agarradiça ao manipular, de cor clara e estaladiça. O miolo é irregular e «febrado», próprio de massa muito macia, húmido, elástico e coagulado. O sabor é acentuado e ligeiramente ácido. As suas variantes podem ser de trigo branco em «padas». Pão de trigo corrente em «padas». Pão escuro em «padas». Deve ser comido como acompanhamento de refeições principais.
Particularidade: pão de formato rústico, constituído por duas unidades pequenas (com cerca de 50 g) sobrepostas num dos extremos.
Geografia: Aveiro, nomeadamente, Ílhavo.


Pão Doce

Pão caseiro, que era confecionado em ocasiões festivas. É um pão doce, de textura macia e sabor a limão e canela. Apresenta uma côdea caraterística de uma cozedura em forno de lenha. Os ingredientes base são farinha de trigo, açúcar e ovos, acrescen- tando-se fermento, azeite, água e sal, raspa de limão e canela. O produto tem forte ligação à paisagem local por ser confecionado com alguns produtos oriundos da agricultura local. Embora com pouca representatividade na alimentação local por ser sua confeção cara, era feito para situações especiais de festa ou comemorações familiares. É possível de encontrar nas padarias artesanais locais, durante todo o ano. Deve comer-se como refeição intercalar, a nível local, sobretudo, em dias de festas regionais.
Particularidade: pão doce de textura macia e sabor a limão e canela.
Geografia: Concelho de Vagos.
Mais informação: Confraria Gastronómica As Sainhas de Vagos


Pão Doce das 24 horas

Descende dos pães doces que as civilizações gregas e romanas levavam em oferenda aos deuses, para lhes acalmar as iras. Chegou aos nossos dias como oferenda em manifestações religiosas. É um bolo feito com massa levedada inicialmente. É preparado com farinha, leite, ovos, açúcar, azeite, banha e levedura espontânea selecionada. Apresenta o miolo febrado e pouco aberto, ao qual o azeite e a banha conferem grande conservação. Deve comer-se como refeição intercalar em dias de festas regionais.
Particularidade: bolo lêvedo com 0,5 a 1 kg, tendido em forma alongada, dobrado ao meio ao longo do comprimento a terminar em bico.


Pão de Santoro de Pêga

Produto regional, típico do distrito da Guarda. A sua feitura perdura ainda em algumas aldeias com tradição na área de panificação. É um pão de festas, mais concretamente da festa de Todos-os-Santos (facto que lhe originou o nome), época em que nestas terras é frequente os padrinhos oferecerem Pão Santoro aos afilhados, da mesma forma que noutras zonas do distrito da Guarda se oferece, pela Páscoa, o Bolo Folar da Guarda. Este pão é feito à base de farinha de trigo, com sal, fermento de padeiro, aguardente e azeite da região. O seu aspeto interior é poroso e grosseiro. Tem cerca de 40 a 50 cm de comprimento e uma altura de 2 cm, a qual pode chegar, nas extremidades, a 4 cm. Pesa entre 250 e 350 g. Como alimento, sobretudo, de índole regional, deve ser consumido antes de decorridas 48 h após a sua feitura.
Particularidade: Pão de forma espalmada e alongado, com pontas arredondadas. É ligeiramente côncavo no sentido longitudinal e tem uma côdea relativamente estaladiça, com aspeto enfarinhado e gorduroso. Apresenta cor branco-pérola escura.
Geografia: distrito da Guarda, particularmente da freguesia de Pêga, de onde se expandiu para todo o concelho do Sabugal.

I am alone, and feel the charm of existence in this spot, which was created for the bliss of souls like mine. I am so happy, my dear friend, so absorbed in the exquisite sense of mere tranquil existence, of drawing a single stroke at the present moment; and yet I feel that I never was a greater artist than now.

Green House

Plasma cutter(SSS)
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I am alone, and feel the charm of existence in this spot, which was created for the bliss of souls like mine. I am so happy, my dear friend, so absorbed in the exquisite sense of mere tranquil existence, of drawing a single stroke at the present moment; and yet I feel that I never was a greater artist than now.

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